Fui entrando dentre a escuridão da enorme passagem, buscando sustentar meu corpo que temia pelo desconhecido. Tudo estava calmo, silencioso. – fecho os olhos, suspiro, desejando que o fato de estar ali não tivesse sido em vão, pois não haveria como retornar. Então, abro os olhos. – Uma porta havia surgido à minha frente. Deveria abri-la?
Confusa, me afastei. Meu olhar permanecia fixo a ela, mantendo meu pensamento submergido no vazio. Mal imaginava o que esperava por mim do outro lado. Eu a encarava com a incerteza de uma vida inteira, em uma súplica por afeições que desconhecia.
Sentindo-me derrotada, entreguei-me ao cansaço, piscando lentamente os olhos, pus-me a lamentar-me. Uma humilde lágrima fugiu de meus olhos, e deslizou por minha face.
Supondo que estivesse a delirar, mal acreditei quando a porta se abriu, e uma densa camada de felicidade cegou-me diante do tempo. Fez-se a luz.
Foi nesse instante de pura insanidade que percorria meu ser, que toda a massa de afeições ruins se degradou, dando lugar ao esplendor.
Um ser iluminado, de gloriosas asas lívidas surgiu por entre a porta, e posicionou-se a minha frente.
- Porque se lastima nobre alma?
Porque eu chorava? Não saberia explicar.
Mas ele não se intimidou quando eu não lhe respondi. Parece que conhecia cada pensamento, cada passo que eu dava.
Ele veio a mim e me mostrou o caminho para a luz, me guiando através da escuridão de cada dia.
Um anjo, um protetor, um guardião.
ÍNDICE
- Capítulo I - Pensamento Permanente
- Capítulo II - A Passagem
- Capítulo III - O Guardião
- Capítulo IV - Vidas que se encontram
- Capítulo V – A luz
- Capítulo VI - Lembranças
- Capítulo VII – Sonhos, vagas lembranças
- Capítulo VIII – Segredos
- Capítulo IX – Mas a vida continua
- Capítulo X – O desencanto
- Capítulo XI – Sem palavras
- Capítulo XII – Já não é hora de lutar?
- Capítulo XIII – Os efeitos da ausência
- Capítulo XIV – A vida sem luz
- Capítulo XV – E o mundo parou
- Capítulo XVI – O outro lado da luz
- Capítulo XVII – Devaneios de um anjo
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