Em busca da luz

Nossa protagonista é apenas uma alma perdida na escuridão de seu mundo. Perdida entre horas que não passam e a solidão que não a permite sentir. Ela já havia desistido a muito tempo de procurar sua verdadeira sina, até que um dia, tudo mudou.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Capítulo III – O guardião

Fui entrando dentre a escuridão da enorme passagem, buscando sustentar meu corpo que temia pelo desconhecido. Tudo estava calmo, silencioso. – fecho os olhos, suspiro, desejando que o fato de estar ali não tivesse sido em vão, pois não haveria como retornar. Então, abro os olhos. – Uma porta havia surgido à minha frente. Deveria abri-la?
Confusa, me afastei. Meu olhar permanecia fixo a ela, mantendo meu pensamento submergido no vazio. Mal imaginava o que esperava por mim do outro lado. Eu a encarava com a incerteza de uma vida inteira, em uma súplica por afeições que desconhecia.
Sentindo-me derrotada, entreguei-me ao cansaço, piscando lentamente os olhos, pus-me a lamentar-me. Uma humilde lágrima fugiu de meus olhos, e deslizou por minha face.

Supondo que estivesse a delirar, mal acreditei quando a porta se abriu, e uma densa camada de felicidade cegou-me diante do tempo. Fez-se a luz.
Foi nesse instante de pura insanidade que percorria meu ser, que toda a massa de afeições ruins se degradou, dando lugar ao esplendor.
Um ser iluminado, de gloriosas asas lívidas surgiu por entre a porta, e posicionou-se a minha frente.
- Porque se lastima nobre alma?

Porque eu chorava? Não saberia explicar.
Mas ele não se intimidou quando eu não lhe respondi. Parece que conhecia cada pensamento, cada passo que eu dava.
Ele veio a mim e me mostrou o caminho para a luz, me guiando através da escuridão de cada dia.
Um anjo, um protetor, um guardião.

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